Soneto do Desencanto
Não fora essa amargura e o inexistente
motivo de sofrer; não fora o pranto
invisível no olhar e intermitente,
rosando além da face, escuso, enquanto
as palavras naufragam na corrente,
a doçura se perde em desencanto
e o gosto de viver, tão de repente
destila todo o fel ... Não fora tanto
apego ao que me fere e mais, não fora
o pretexto de mágoa que hoje aflora
nesta queixa sutil e neste enlevo,
de mim não viverias tão ausente
nem ficarias tão eternamente
em cada verso amargo que te escrevo.
Livro Hoje Poemas: pág 113
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