Hora Neutra

Agora pressinto a inutilidade de palavras.

A lagoa tão perto. A lagoa morta.

Não vês minhas mãos?

Caídas.


Não vês? O céu não tem cor.

A terra. A lagoa. O tempo.

Suicídio completo de tudo.


A hora vacila.

Medo? Tristeza? Feitiço?

As bruxas partem cristais,

 a lagoa ressuscita.


Poema escrito no verso do retrato da autora. Sem data. Provavelmente, em BH, na década de 1950.

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