SECA

Meus olhos se me arrancavam
e o vazio dos meus olhos
virou a terra do abismo.
Montanhas negras brotavam
de um precipício sem fundo.

Agora meus olhos vivem
a vida transfigurada.
Cresceram tanto! Não cabem
no vaso de vidro pobre.
Ó terra seca e sem dono!
Estou farta de raízes
Que nunca me deram flor.


Livro Hoje Poemas, página 35.

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