1º Exercício de Solidão

Poesia, agora
eu me abandono
ao verso e ao metro
à vida e à rima.

Poesia, agora
pouco me resta
aquém e além
da leve aresta
que me separa
de mim e o fim.

Poesia, agora
que me flutuas
entre alguns versos
e outras luas.
E agora e sempre
me reconduzes
a toda perda
e algumas luzes.

Poesia, agora
não me recuso
ao teu domínio
e teu recluso
mundo diverso
do que eu queria:
Agora e sempre
sejas, Poesia!


Livro Espelho Convexo, página 24.

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