ESPELHO E FACE

Procuro no espelho
a face remota.
Não aquela que é visível.
A que o vidro não comporta.

Retiro-a, sem medo,
descubro-a, ignota.
Não a face que percebo
em mim mesma, superposta.

Mas a imagem lúcida,
clara e luminosa,
que cada dia enterrara
sob a face que está morta.

Livro Espelho Convexo, página 23.

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