ESPELHO CONVEXO
Que reino lúcido,
liso e perfeito,
que se aprofunda
na superfície
do meu segredo!
Vejo-me: o duplo
de mim, liberto
no mundo líquido,
água, azulejo.
Move-se o duplo,
sou eu que o vejo?
Elfo, no estanho
azul do espelho.
Colo meu rosto
à face esquiva
que me repete,
grave e precisa,
na densa tela
de prata líquida.
Beijo meu beijo
que me hostiliza,
mergulho os olhos
nos olhos duros
que me fustigam.
Além, meu duplo
zomba de mim.
Ri do meu riso
se me duplico
no seu sorriso
cúmplice e afim.
Eros e Anteros,
eu e meu duplo
no mundo, espelho
que não tem fim.
Livro Espelho Convexo, página 34.
liso e perfeito,
que se aprofunda
na superfície
do meu segredo!
Vejo-me: o duplo
de mim, liberto
no mundo líquido,
água, azulejo.
Move-se o duplo,
sou eu que o vejo?
Elfo, no estanho
azul do espelho.
Colo meu rosto
à face esquiva
que me repete,
grave e precisa,
na densa tela
de prata líquida.
Beijo meu beijo
que me hostiliza,
mergulho os olhos
nos olhos duros
que me fustigam.
Além, meu duplo
zomba de mim.
Ri do meu riso
se me duplico
no seu sorriso
cúmplice e afim.
Eros e Anteros,
eu e meu duplo
no mundo, espelho
que não tem fim.
Livro Espelho Convexo, página 34.
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